domingo, outubro 29, 2006
Crescimento de qualidade, precisa-se!
Na sua crónica deste sábado no Expresso, Daniel Bessa dá-nos uma interessante notícia quando nos informa que as organizações internacionais estimaram a nossa taxa de crescimento do PIB potencial em 1,4%. Este número médio, que mede as nossas capacidades no longo prazo, é extremamente baixo e, nas próprias palavras daquele economista, é “pior que os 4% do PIB de défice das contas públicas ou os 10% do PIB de défice das contas externas”.
Curiosamente, numa outra crónica da mesma edição daquele semanário, Daniel Amaral lembra-nos que o crescimento global vai fazer emergir dentro em pouco outras grandes potências económicas, como a China e a Índia, que passarão a ser superiores à União Europeia.
Falar num crescimento médio tão diminuto como esses lamentáveis 1,4%, leva-nos directamente à procura de uma causa lógica imediata para o que se passa em Portugal. Com a grande maioria dos investimentos em turismo, obras e construção e grandes superfícies comercias, não chegaremos a lado nenhum. Desta forma, cada vez será mais difícil crescer e nunca atingiremos qualquer nível minimamente adequado de qualidade de vida.
Pensando bem em tudo isto, há um aspecto não mencionado e que começa a assumir uma importância decisiva. É a qualidade do nosso crescimento. Não chega falar em investimentos produtivos, quando precisamos que eles sejam bastante reprodutivos, com alto valor acrescentado e em sectores de grande impacto tecnológico e industrial.
Considero que aqui se irá desenrolar a derradeira batalha a que o nosso país não poderá fugir.
domingo, outubro 22, 2006
Uma questão de bom senso
Será que o Estado Português chegou a esse triste patamar em que a falta de senso ganhou uma posição invejável de normalidade e até destaque?
O que poderemos dizer de um governo que não arranja outras soluções senão ir buscar dinheiro a quem mais precisa de ajuda?
Sim, porque em vez de – por exemplo - tributar os bancos de forma mais equitativa, carrega agora sobre os pensionistas que ganham mais de 435 euros por mês. E em relação aos deficientes de menores recursos, diminui-lhes o rendimento disponível de forma dramática que afectará ainda mais a sua vida.
Uma coisa é já não esperarmos nada do Estado, outra é assistirmos a esta cavalgada que nos conduz até níveis utópicos, em que o estilo de merceeiro faz tábua rasa de padrões de dignidade que passaram a ser inalcançáveis para um número cada vez maior de portugueses.
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